segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Entrevista para o jornal SOL

Caros amigos aqui vos deixo com a entrevista publicada no jornal Sol ( embora com alguns mal entendidos).

«Este é o meu primeiro CD a sério, isto é, estruturado e pensado em que conto com uma sorte extraordinária de ter cinco inéditos do António Rocha», disse a fadista à Lusa.
O CD abre com Alfama (Ary dos Santos/Alain Oulman), uma criação de Amália Rodrigues que Ana Marta decidiu cantar em homenagem ao seu bairro. «São as minhas origens, Alfama é o meu bairro e orgulho-me disso, sou nascida e criada em Alfama, e talvez por isso a interpretação deste fado é-me muito intensa», explicou.
Este é um dos seus fados favoritos, ao lado de Meu Bairro, Meu Berço (António Rocha/Joaquim Campos).
O sentimento bairrista é o factor que pesa na escolha do tema, tendo a fadista acrescentado: «os meus amigos gostam particularmente dele, e é como nos entendemos».
O terceiro favorito é também da autoria de António Rocha, poeta e fadista, distinguido há dois anos com o Prémio Amália Rodrigues Carreira, e intitula-se Foste tudo és nada na música do fado bailado de Alfredo Marceneiro.
«O fado surgiu naturalmente, fui conversando sobre mim com o António Rocha e ele fez a minha história para cantar. Tem esse dom raro, que aliás, caracteriza o fado tradicional», explicou. António Rocha é um dos nomes ao lado do qual, todas as noites, canta na casa de fados O Faia, ao Bairro Alto, assim como Anita Guerreiro, e o seu ídolo, Lenita Gentil.
«Actualmente canto n'O Faia que para mim parecia impossível há uns anos, e estou muito contente, tanto mais que canto com o meu ídolo que é a Lenita Gentil», explicou.
«A Lenita Gentil - prosseguiu - foi sempre uma referência para mim, pelo timbre de voz, mais grave, e a interpretação. Houve uma altura em que me colei quase a ela, mas depois percebi que a fotocópia nunca é tão boa como o original e eu tinha de ser a Ana Marta».
Além da criadora de Preciso de Espaço (Vasco de Lima Couto/Verónica), Maria da Nazaré e Marina Mota são dois outros nomes de referência para si. O novo álbum visa chegar «ao grande público» e Ana Marta acalenta outros «sonhos» como o de ser escolhida para actuar no teatro de revista e cantar nos palcos internacionais.
«Fazer revista é um sonho, e gostaria de ir lá para fora, fui a Roma com a Katia Guerreiro, correu muito nem e gostei muito», disse.
Referindo-se ao CD como «rampa de lançamento», Ana Marta afirmou que a escolha dos temas baseou-se na sua experiência pessoal.
«Escolhi temas que me dizem algo, que têm a ver comigo, com a minha experiência, mesmo que indicados por outras pessoas, como foi o caso de O fado não é isso», explicou.
A indicação de O fado não é isso (Carlos Conde/Túlio Pereira) foi da fadista Julieta Estrela que segundo Ana Marta lhe foi «uma mais valia» pois «é uma enciclopédia de fado».
«A ela devo-lhe muita coisa, limou-me muitas arestas e teve muita paciência comigo», disse, referindo-se ao tempo em que cantou na casa de fados de Julieta Estrela, Fado Maior, em Alfama.
Outros temas escolhidos são Demos as mãos (Ary dos Santos/Marinho d'Assunção), Olhando o mar (Elsa Laboreiro/Amadeu Ramim) ou Não chames pela saudade (Joaquim Pimentel/Joaquim Campos), além dos cinco inéditos de António Rocha para fados tradicionais, entre eles, o que dá título ao CD, Nossos olhares com música de Fontes Rocha.
Lusa/SOL

www.sol.sapo.pt

Sem comentários: